Casa germinada é o nome que ouvimos com frequência em nosso dia-a-dia, entretanto, o termo correto para esta tipologia residencial é casa geminada, ou seja, casa gêmea. Basicamente são habitações construídas no mesmo lote que compartilham a mesma estrutura e telhado da casa, sendo normalmente dividida por um muro central que percorre por todo o terreno.
Figura 1 – residência geminada em Londrina. (Fonte: GRUPO AE)
Nas leis municipais de Londrina (Paraná) é possível encontrar qual é a definição do que é uma casa geminada. A Lei n° 11.381, que institui o código de obras e edificações do município de Londrina, diz em seu artigo 159: “Consideram-se residências agrupadas duas ou mais unidades de moradias contíguas que possuam uma parede comum e testada mínima, de acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo. ”, e na lei n° 12.236, que dispõe sobre o uso e a ocupação do solo no Município de Londrina e dá outras providências, descreve no artigo 3°: “Residencial agrupada (RA): unidades habitacionais com paredes contíguas de no mínimo 1/3 (um terço) do comprimento da edificação, podendo: ser contíguo qualquer área coberta e ter número diferente de pavimentos. ”.
Figura 2 – Imagem virtual de uma residência geminada. (Fonte: GRUPO AE)
Embora seja fundamental que as residências estejam "juntas", não se faz necessário que suas fachadas sejam iguais, podendo desenvolver um projeto com volumes e acabamentos diferentes uma da outra, evitando assim a monotonia que normalmente as casa geminadas geram.
Outro fator que determina como a casa geminada será, é a planta, a qual determina a organização de seus ambientes. A escada, por exemplo, é um elemento que vai definir como os ambientes serão posicionados no terreno, podendo ser utilizada de diversas formas, como pode ver a seguir:
1. SEM ESCADA
A casa sem escada, ou seja, térrea acaba dispondo de uma planta mais simples em relação aos outros tipos, porém tem liberdade de criar ambientes amplos sem obstáculos e assim podendo gerar espaços com um aproveitamento de ventilação e iluminação natural.
Figura 3 – Planta baixa com escada longitudinal. (Fonte: Row houses. A housing typology, Birkhäuser Verlag.)
2. ESCADA LONGITUDINAL
Solução mais utilizada em casas geminadas devido aos formatos retangulares dos lotes. Disposta paralelamente ao muro que divide as duas casas e assim criando uma circulação única de eixo longitudinal na residência.
Figura 4 – Planta baixa com escada transversal. Fonte: Row houses. A housing typology, Birkhäuser Verlag.
3. ESCADA TRANSVERSAL
Recurso utilizado em terrenos com largura maior e uma profundidade menor. Sendo assim, os ambientes acabam sendo dispostos de forma adjacente um do outro.
Figura 5 – Planta baixa com desnível transversal. (Fonte: Row houses. A housing typology, Birkhäuser Verlag.)
4. DESNÍVEL TRANSVERSAL
Terrenos que possuem um desnível perpendicular a fachada proporciona uma quebra de monotonia nas fachadas das casas, e assim, podendo criar volumes mais interessantes. Além de possibilitar o uso de iluminação natural nos ambientes que serão dispostos no centro do lote.
Figura 6 – Planta baixa com escada longitudinal. (Fonte: Row houses. A housing typology, Birkhäuser Verlag.)
5. DESNÍVEL LONGITUDINAL
Com o terreno contendo um desnível perpendicular a fachada, as duas residências têm a possibilidade de utilizar a iluminação natural e inúmeras alternativas de plantas com uma organização longitudinal.
Dessa maneira, é possível constatar que uma residência geminada pode ser concebida com inúmeras possibilidades, podendo criar soluções interessantes e assim retirar aquele conceito de que é tudo repetição e cansativo.
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Escrito por: Rafael Augusto Baioni Gomes, Arquiteto e Urbanista formado na UniFil, em 2013. Pós-Graduado em Projeto arquitetônico pela UEL, em 2015. E-mail: rafael@aegrupo.com.br
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