Neste post, mostraremos 8 grandes projetos de engenharia da cidade de Londrina e região que não deixaram as gavetas.
AEROPORTO INTERNACIONAL DE CARGAS ARCO NORTE (2006 - ?)
Arco Norte foi um grande projeto de desenvolvimento estratégico para a região metropolitana de Londrina, impactando todas as cidades entre Ibiporã e Apucarana. Basicamente, o projeto consistia na implantação de um Aeroporto Internacional de Cargas ao centro de um “arco de cidades” (daí o nome), juntamente com a infraestrutura logística intermodal de ferrovias e rodovias.
Apesar de ambicioso e promissor, barreiras ambientais e ausência de investidores privados impediram a concretização do empreendimento, que certamente mudaria o aspecto econômico e social da região. Atualmente, o Arco Norte está engavetado e não tem previsão de sair do papel.
TREM PÉ VERMELHO (2015 - ?)
Projeto de mobilidade interurbana pretendia ligar as cidades de Paiçandu a Ibiporã, numa extensão de 154 quilômetros, beneficiaria cerca de 1,8 milhão de pessoas e custaria 700 milhões de reais aos contribuintes (2015), conforme estudo da UFSC.
Em 2017, o projeto foi retirado do PAC e não receberá recursos nacionais e, em 2018, estima-se que o custo de implantação da obra alcançaria o patamar de incríveis 1,8 bilhões de reais, sem o material rodante, mais que o dobro do previsto inicialmente.
TÚNEL AV. JK x AV. HIGIENÓPOLIS (2009 - ?)
Orçado inicialmente em R$ 15 milhões, a obra não deve sair do papel tão breve, pois o governo estadual não liberou verbas necessárias para projeto e licitação do empreendimento.
A obra, que visaria desafogar um dos principais cruzamentos da cidade, corresponderia a área da rotatória existente e a Avenida JK atravessaria por um nível inferior através de um pequeno túnel, e os motoristas que desejariam seguir em outra direção utilizariam baias de acesso.
DUPLICAÇÃO DA RUA GOIÁS (1998 - ?)
Prevista na Lei Municipal do sistema viário de 1998, e na atual de 2017, a duplicação da avenida está parada desde 2008. Naquela ocasião, foram entregues 500 metros de trecho entre a Rua Michigan (Jardim Quebec) e a Avenida JK (centro), a um custo de R$ 600 mil.
O principal desafio é a desapropriação de propriedades. Edificação construída após 1998 na face sul da via devem recuar 15 metros da calçada justamente para dedicar a construção da pista. Contudo diversos imóveis foram construídos antes desta data, e não respeitam este recuo.
Atualmente, este projeto não é prioridade na Secretaria de Obras e seu custo não foi devidamente calculado ou, ainda, estimado.
ILS NO AEROPORTO DE LONDRINA (2015 – 2019?)
Aparelho que permite aeronaves pousarem e decolarem por instrumentos, nas condições mais adversas de tempo, está encaixotado, porém não foi instalado.
Com desapropriações já realizadas em 2015 e 2016 na região do Aeroporto, o aparelho está previsto para ser instalado em janeiro de 2019 e colocará o aeroporto de Londrina em uma seleta lista de polos aeroportuários nacionais que contemplam o sistema.
ANEL DO EMPREGO (1998 - ?)
Criado a partir da Lei 7.486, sancionada em 1998, com parte do “Anel de Integração” (AI) da cidade. O projeto original engloba diversas avenidas estruturais já construídas e outras que ainda não foram projetadas. O nome “Anel do Emprego” surgiu como estímulo à população para atrair atividades geradoras de trabalho.
Refere-se à um projeto parcialmente executado e sua conclusão plena deverá ocorrer a partir da elaboração de projetos mais detalhados e políticas de desapropriações mais efetivas. Não há data de término da obra.
TEATRO MUNICIPAL DE LONDRINA (2007 –?)
Projeto do teatro de Londrina foi escolhido em 2007, através de concurso nacional e até hoje, contemplamos apenas o esqueleto de concreto armado abandonado. Obra iniciada em 2013 foi contida devida falta de verbas e não tem data de inauguração.
Estrutura que abrigaria 2.400 espectadores para os mais variados eventos culturais teria um custo total de R$ 80 milhões. Segundo especialistas, parte da estrutura deverá ser refeita, devido abandono, ação do tempo e vandalismo.
AUTOSHOPPING (2015 – 2019?)
Localizado na Avenida Leste-Oeste, foi projetado inicialmente para ser um shopping temático do setor automotivo. Com 30 mil metros quadrados, o prédio teve seu projeto alterado e ampliado para 50 mil metros quadrados para incorporar uma estrutura de lazer e entretenimento. Além do local para artigos automotivos, o shopping teria dez salas de cinema pelo sistema Multiplex, três lojas âncoras de departamento e confecções, e mais de 200 lojas, 800 vagas de estacionamento, divididos em cinco pisos.
O projeto audacioso foi anunciado pela Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel) em 1997 e teria o investimento de cerca de US$ 8 milhões. O Auto Shopping seria inaugurado em abril de 1998. As obras, contudo, estão paradas há 20 anos. A estrutura imponente está fechada por tapumes. No seu interior, vários blocos de concretos não utilizados. Comerciantes da região relatam que depois de muitos furtos de ferro e aço, um caseiro passou a morar no local, em uma casa construída dentro da propriedade.
Escrito e adaptado por: Marcio Meranca Almeida Machado, Engenheiro Civil formado na UniFil, em 2013. Pós-Graduado em Gestão de Projeto e Técnico em Transações Imobiliárias. E-mail: marcio@aegrupo.com.br