Desenvolvido na década de 1920, o nome cobogó foi atribuído através das 2 primeiras letras do sobrenome dos 3 engenheiros pernambucanos criadores do cobogó: Amadeu Coimba (Co), Ernest Boeckmann (Bo) e Antônio Góis (Gó). Criado através da ideia dos muxrabes árabes (Figura 1) de madeira, eram inicialmente constituídos de concreto e tijolo (Figura 2), apresentando ainda formas simples. Com a difusão deste material por Lúcio Costa (Figura 3), e com a constante inovação dos produtos, os cobogós passaram a ser produzidos também em materiais mais nobres (Figura 5) e com formatos mais complexos, como é o exemplo do cobogó de vidro e cerâmico com a pintura esmaltada.
Figura 1 - Muxarabe Árabe. (FONTE: https://deborahbasso.wordpress.com)
Neste contexto, é imprescindível cita uma das primeiras obras brasileiras que utilizou o cobogó. Em 1934 foi construído o prédio da caixa d'água do alto da Sé (Figura 2), em Olinda, que apesar da sua localização se sobre um sítio histórico do período colonial, é considerado uma referência na arquitetura moderna brasileira.
Figura 2 - Caixa d'água do Alto da Sé - Olinda, por Luiz Nunes. (FONTE: Internet)
O cobogó ficou marcado como um dos símbolos da arquitetura moderna no Brasil, e foi muito utilizado em projetos de arquitetos renomados como Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
Figura 3 - Parque Eduardo Guinle, por Lucio Costa (FONTE: http://www.archdaily.com.br)
Utilizado em áreas externas e internas, o cobogó é considerado um elemento versátil, usado tanto em edificações residenciais, como em construções corporativas e industriais. É uma excelente opção para realizar fechamentos e divisão de ambientes onde há a necessidade e/ou a possibilidade de iluminação e ventilação constante. Além disso, também são considerados como elementos decorativos, podendo substituir em alguns casos, os revestimentos cerâmicos e de pedras.
Como exemplo vocês podem observar a Figura 4, a qual foi utilizado o cobogó na garagem da residência em questão, atribuindo estética ao ambiente e aumentando sua ventilação e iluminação. Já na Figura 5 é possível observar a utilização do cobogó em um apartamento na cidade de Londrina, onde a intenção era atribuir privacidade ao dividir a área de serviço da sala, e ao mesmo tempo levar em consideração a estética e a sensação de amplitude, diferentemente da sensação que uma parede de alvenaria/drywall iria causa.
Figura 4 - Residência unifamiliar na cidade Londrina (FONTE: GrupoAE)
Figura 4 - Apartamento na cidade Londrina (FONTE: GrupoAE)
Gostou da utilização do cobogó? Venha nos fazer uma visita e descobrir onde e como você pode utilizar este elemento em sua construção!
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Escrito por: Rafael Augusto Baioni Gomes, Arquiteto e Urbanista formado na UniFil, em 2013. Pós-Graduado em Projeto arquitetônico pela UEL, em 2015. E-mail: rafael@aegrupo.com.br
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FONTES:
http://www.archdaily.com.br/br/768101/cobogo
https://deborahbasso.wordpress.com/2014/11/13/muxarabis-heranca-arabe/
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa351677/luiz-nunes